segunda-feira, 14 de maio de 2012

Todos os Corpos de Pasolini . Autor: Luiz Nazario, Editora Perspectiva -


copertina del libro

Quem matou Pasolini? Um prostituto homofóbico ou um grupo de fascistas? Um bando de marginais ou agentes da polícia secreta? Perguntas que permanecem irrespondidas. Dado por encerrado, o caso foi reaberto 30 anos após a condenação do único assassino confesso, com sua súbita revelação de que, ao contrário do que sempre afirmara, não fora o único a matar o poeta. Com a nova versão de Pelosi, as últimas e mais absurdas teorias sobre o crime concebido pela vítima como "rito cultural" caem por terra. Definitivamente, Pasolini não precisava dessa morte para inscrever-se entre os maiores poetas do século XX.
Resgatar o escritor italiano do peso sensacionalista que se abateu sobre sua produção e vem soterrando-a sob a massa de uma visibilidade escandalosa é o que Luiz Nazario faz no presente livro em que afloram, em suas reais dimensões, todos os corpos de Pasolini. Sua pesquisa, informação, avaliação e interpretação percorrem o corpus imenso das obras completas de um inesgotável universo artístico: mais de 16 mil páginas de poemas, romances, contos, crônicas, ensaios, peças, roteiros e cartas, ao lado de 26 filmes, e traduções, desenhos, pinturas, músicas, entrevistas e performances o compõe. Sua riqueza é tão fascinante que os dicionários do futuro estarão incompletos se não incorporarem o adjetivo pasoliniano para definir uma estética de sacralização dos corpos populares, uma moral radicalmente humanista, uma erótica avessa aos disfarces e um estilo de vida libertário, que alimentaram a busca e a arte de Pasolini.

Editora  Editora Perspectiva - Idioma  Português - Edição  2007

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prof. Luiz Nazario

Luiz Nazario nasceu em São Paulo, de origem italiana, estudou na Alemanha e em Israel, doutorando-se em História, pela USP, com a tese Imaginários da Destruição - O papel do cinema na preparação do Holocausto, sob a orientação de Anita Novinsky.

Crítico e escritor, com ampla colaboração na imprensa, publicou diversos livros, entre os quais Da natureza dos monstros (São Paulo: Arte & Ciência, 1999), As sombras móveis (Belo Horizonte: UFMG/midia@rte, 1999) e Segredos (Belo Horizonte: Memória Gráfica, 2001). Professor de Cinema da Escola de Belas Artes, da UFMG, dirigiu os filmes Sexo-verdade (2000), Desdobraduras (2000), Debate (2001) e Prisioneiros do Planeta Ornabi (2002).
Coordenou o projeto Animação Expressionista, com o apoio da FAPEMIG, CAPES e CNPq, tendo concluído, com uma equipe de animadores da EBA, os curtas A flor do caos (2001) - Prêmio Projeto Experimental da Secretaria Municipal de Cultura da Prefeitura de Belo Horizonte; e Selenita acusa! (2001) - Prêmio Estímulo da Associação Curta Minas/Cemig. Também coordenou o Grupo de Pesquisa da Discriminação, com dados coletados e publicados anualmente, desde 1995, no relatório Anti-Semitism Worldwide, da Tel Aviv University; e o Grupo de Estudos Pasolinianos, desenvolvendo o projeto Pier Paolo Pasolini: Vida e Obra, dentro de um convênio da UFMG com a Università degli Studi di Bologna.


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