"Ora, só há ausência do outro: é o outro que
parte, sou eu que fico. O outro vive em eterno estado de partida, de viagem;
ele é, por vocação, migrador, quanto a mim, que amo, sou por vocação inversa,
sedentário, imóvel, disponível, à espera, fincado no lugar, não resgatado como
um embrulho num canto qualquer da estação. A ausência amorosa só tem um
sentido, e só pode ser dita a partir de quem fica - e não de quem parte: eu,
sempre presente, só se constitui diante de você, sempre ausente."
Roland Barthes, Fragmentos do
discurso amoroso.
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