sexta-feira, 9 de março de 2012

O Ano passado em Marienbad, Diretor: Alain Resnais (filosofia em 40 filmes 10\03\12)




CAIXA Cultural e Lavoro Produções
apresentam

A História da Filosofia em Mais 40 filmes
Segunda edição da mostra-curso que aproxima cinema e filosofia

Teatro Nelson Rodrigues – CAIXA Cultural RJ
Curadores e palestrantes: Alexandre Costa e Patrick Pessoa
De 21 de maio de 2011 a 24 de março de 2012, sábados às 10h30
Produção: Lara Pozzobon e Rita Mendes
Entrada franca
 


SINOPSE DO FILME E TEMA DA PRÓXIMA AULA (10 de março de 2012)
O ano passado em marienbad
L’année dernière à Marienbad
Direção: Alain Resnais
Elenco: Delphine Seyrig, Giorgio Albertazzi, Sacha Pitoëff, Luce Garcia-Ville
Em um hotel deslumbrante repleto de salões com lustres rebuscados, escadarias vertiginosas, corredores espelhados aparentemente infinitos, jardins compostos matematicamente e estátuas enigmáticas, desenrola-se um triângulo amoroso pouco convencional. Um homem tenta, a todo custo, fazer uma mulher casada lembrar-se do romance que teriam vivido no ano anterior, em Marienbad (ou talvez em Friedrichsbad). A memória afetiva seria a condição do futuro enamoramento? Ou o tempo cronológico não teria nada a ver com o amor? Marco do cinema moderno, baseado em roteiro de Alain Robbe-Grillet, um dos pais do nouveau roman, este segundo longa de Alain Resnais retoma as questões formuladas em seu longa de estréia, Hiroshima meu amor, propondo-nos uma compreensão do tempo, da narrativa, do amor e, em última instância, do próprio cinema que nada mais tem a ver com as embotadas representações tradicionais.
| França . Itália, P&B, 1961, 94’


O ano passado em Marienbad
é o segundo filme do 10º Módulo:

O amor

“Aquilo que repercute em mim é o que aprendo com meu corpo: alguma coisa fina e aguda acorda bruscamente este corpo que, nesse intervalo de tempo, estava adormecido no conhecimento racional de uma situação geral: a palavra, a imagem, o pensamento agem como um chicote. Meu corpo interior começa a vibrar como se sacudido por trompetes que se respondem e se sobrepõem: a incitação provoca um rastro, o rastro se espalha e tudo fica (mais ou menos rapidamente) arrasado. No imaginário amoroso, nada distingue a provocação mais fútil de um fato realmente consequente; o tempo é sacudido para a frente (me sobem à cabeça predições catastróficas) e para trás (me lembro atemorizado dos ‘precedentes’): a partir de um nada, todo um discurso da lembrança e da morte se eleva e toma conta de mim: é o reino da memória, arma de repercussão – do ‘ressentimento’.”
Nessa passagem de seus célebres Fragmentos de um discurso amoroso, Roland Barthes define o que ele chama de “repercussão” como “modo fundamental da subjetividade amorosa”. Ainda que falar em um único modo fundamental da subjetividade amorosa seja decerto uma temeridade, o fragmento de Barthes lança luz sobre as complexas relações entre o amor, a memória, o tempo e a narrativa, chamando a atenção para o fato
de que o amor é sempre metalinguístico: os amantes cuidam muito pouco das coisas do mundo, buscando sempre aprisionar nas malhas de uma construção narrativa a textura mesma do que sentem – isso que, paradoxalmente, tende a evanescer-se quando o buscamos voluntariamente, para voltar como uma chicotada quando nos encontramos distraídos. Cada um dos quatro filmes deste módulo enfatiza um aspecto da experiência amorosa como descrita no fragmento de Barthes.
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A CAIXA Cultural Rio e a Lavoro Produções apresentam, a partir de 21 de maio, ‘A História da Filosofia em Mais 40 Filmes’. Com curadoria de Alexandre Costa e Patrick Pessoa, a mostra-curso põe em pauta temas filosóficos fundamentais e promove o diálogo de cineastas como Bergman, Bertolucci, Hitchcock, Fassbinder, Scola, Resnais, Saura, Fellini, Ozu, Kubrick, Cassavetes, Hirszman e Godard, com importantes pensadores, entre eles Platão, Descartes, Kant, Marx, Nietzsche, Benjamin, Heidegger, Sartre e Foucault. A entrada é franca.

Organizado em dez módulos temáticos – “O perspectivismo”, “A (Má) Educação”, “O Estrangeiro”, “O Conformista”, ”A Técnica”, “A Arte”, “A Guerra”, “O Velho Oeste”, “O Brasil” e “O Amor” –, a mostra/curso ‘A História da Filosofia em Mais 40 Filmes’ faz refletir sobre diferentes disciplinas filosóficas, tais como a metafísica, a epistemologia, a ética, a política e a estética.

O curso será realizado de 21 de maio de 2011 a 24 de março de 2012, sempre aos sábados, totalizando 40 aulas. Ao final da exibição de cada filme, Alexandre Costa e Patrick Pessoa, alternadamente, proferem uma palestra, ao final da qual abrem espaço para o debate com o público.

A mostra-curso segue por nove meses, sempre aos sábados, discutindo os dez temas filosóficos escolhidos pelos curadores-palestrantes Alexandre Costa e Patrick Pessoa para esta segunda edição. Os áudios das aulas serão posteriormente disponibilizados no site da Lavoro Produções, tal como ocorreu na primeira edição.
Os áudios da edição anterior ainda encontram-se disponíveis no mesmo site, www.lavoroproducoes.com.br/historiadafilosofia (Clicando no link dos áudios, presentes nas aulas listadas na programação, entra-se no 4Shared, portal de compartilhamento, onde estão hospedados os arquivos. Pode-se optar por apenas ouvir ou fazer download.)

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