Para onde pode conduzir a sinceridade
Alguém tinha o
mau hábito de se explicar muito sinceramente, quando era o caso, sobre os
motivos que o levavam a agir e que eram tão bons e maus quanto são os motivos
de todos os homens. Primeiro ele causou escândalo, depois suscitou a
desconfiança, depois foi decididamente apontado como perigoso e em seguida
banido da sociedade, até que finalmente a justiça se lembrou, nesta ou naquela
circunstância, de um ser tão rejeitado, para quem ela antigamente não tinha
olhos, ou pelo menos tinha os olhos fechados. Esta falta de discrição quanto ao
segredo geral e esta tendência imperdoável de ver o que ninguém queria ver [a
si mesmo] levaram-no à prisão e a uma morte prematura.
NIETZSCHE,
Friedrich. Escritos sobre Direito. Tradução, apresentação e notas de Noéli
Correia de Melo Sobrinho. Rio de Janeiro: 2009, Editora PUC\Edições Loyola,
Página 167.
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