sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Se o tempo é infinito, em qualquer instante estamos no centro do tempo. (Por Jorge Luis Borges)



“[...] Acredito na imortalidade: não na imortalidade pessoal, mas na cósmica. Continuaremos sendo imortais, para além da nossa morte física fica nossa memória, e para além da nossa memória ficam nossos atos; nossos feitos, nossas atitudes, toda essa maravilhosa parte da história universal, mesmo que não o saibamos, é melhor que não saibamos”.
Jorge Luis Borges. Borges oral & sete noites. Tradução: Heloísa Jahn. São Paulo: Companhia Das Letras, 2008,  página 35  (LITERATURA ARGENTINA)

“Pensamos que, se um tempo é infinito, creio eu, esse tempo infinito tem de abarcar todos os presentes e, em todos os presentes [...]. Se o tempo é infinito, em qualquer instante estamos no centro do tempo. Pascal acreditava que, o universo é infinito, é uma esfera cuja circunferência está em todos os lugares e o centro em nenhuma. Por que não dizer que este momento tem atrás de si um passado infinito, um ontem infinito, e por que não pensar que esse passado também passa por este presente? Em todos os momentos estamos no centro de uma linha infinita, em qualquer ponto do centro infinito estamos no espaço, já que o espaço e o tempo são infinitos. Os budistas acreditam que vivemos um número infinito de vidas, infinito no sentido de número ilimitado, no sentido estrito da palavra, um número sem princípio nem fim, algo como um número transfinito da matemática moderna de Kantor. Neste momento estamos num centro – todos os momentos são centros – desse tempo infinito”.
Jorge Luis Borges. Borges oral & sete noites. Tradução: Heloísa Jahn. São Paulo: Companhia Das Letras, 2008,  páginas 29 e 30


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