sexta-feira, 2 de março de 2012

JESUS E A GANGUE DOS SAMURAIS: Uma Heresia Sexy Cinematográfica




Dedicado aos Prof Dr Roberto Machado (filosofia UFRJ) e aos Professores Dr Osvaldo Ribeiro, Reverendo Dr Luiz Longuini e. Prof.Dr. rev Edson Fernando (teólogos de esquerda PUC-FABAT-BENETTI), Profa.Dra. Andrea França (cinema PUC), Consuelo Lins (cinema e cultura de massas-ECO) e Adriana Fresquet (cinema e educação FE) e Reuber Gebarssi Scofano (filosofia prá todos –FE-UFRJ)

"É preciso que as coisas mudem de lugar para que permaneçam onde estão"
Tancredi Falconeri, em  filme O Leopardo de Luchino Visconti.

“É preciso jogar a imaginação na escrita porque a realidade também é subjetiva” (Roberto Machado)

             Adoro o cinema europeu, o cinema oriental porque os cineastas são cabeções e me estimulam a pensar. Curto demais o Akiro Kurusawa. No filme OS SETE SAMURAIS ele conta a história de uma tribo de camponeses que era constantemente atacada-assaltada por uma gangue de bandidos que roubavam alimentos, etc. O chefe da tribo resolve contratar um samurai experiente e hiper competente, porém, ninguém dava muito crédito à ele na cidade pois nunca havia sido um campeão. Daí ele arregimenta mais 6 samurais e montam um grupo perfeito (SETE). O samurai chefe treina com os demais e bola estratégias de como vencer a gangue de 40 salteadores. Era a estratégia contra a quantidade e melhor estrutura. No final a qualidade estratégia vence a quantidade estrutural. Lembrou-me o episódio de João 1 principalmente a frase que João vira para a comunidade joanina e diz: pessoal! Pare tudo, olhe atentamente (behold), pois aqui está o cordeiro ativo de Deus que carrega os pecados do mundo. Imagino que a galera não demonstrou muita confiança naquele Messias, pois ele era muito na dele. Mas esse guri fez toda a diferença desde a infância. Algumas histórias dos textos apócrifos mostram o menino Jesus atravessando paredes, brincando de barquinho, aprontando anormalicamente. Há a narrativa do confronto do guri com os doutores da lei trocando altos papos teológicos-filosóficos. Há aquele episódio macabro que ele encontra uma gangue de demônios e ele rapidamente resolve a parada transferindo os capetinhas para os porcos. “Nada se perde, tudo se aproveita”, disse Ele ao rapaz aliviado. Jesus não era um samurai kurusawiano, mas ele juntou e treinou uma equipe bem diversificada incluindo desde zelotes lutadores da pesada até pescadores. Para o sucesso nas batalhas, contava com a ajuda tanto de surubins e de serafins. Na hora que o bicho pega qualquer santo ajuda, alertava ele aos discípulos. Ele costuma a avisar: Se liguem, pois integridade não é sinônimo de imunidade. A figura de Jó era um exemplo citado porque ele era uma fortaleza, um forte de integridade e espiritualidade, entretanto, toda boa fortaleza deve sempre possuir uma brecha para atrair o inimigo para dentro e pegar de surpresa. O problema é que no caso jóiano, o inimigo entrou e fez a festa, até o Deus bom se recuperar, coitadinho do Jó...mas ele cantou: te louvarei não importam as circunstâncias.

          Jean Luc Godard ao contar a história do nascimento de Jesus com elementos da modernidade via filme JE VOUS SALUE MARIE, ele menciona o conselho do anjo francês: “Maria! Seja pura, seja dura, apenas siga o seu caminho, não esqueça. E ela assim o fez, e o menino nasceu e cresceu cheio de sabedoria, graça e ousadia. Ele sempre vivia dizendo: ”Pessoal, no mundo tereis aflições, mas tendes bom ânimo, não desanime e bola prá frente”. Jesus era nietzschiano porque decretou a morte do Deus do templo de Jerusalém. Era foucaultiano porque dominava a arqueologia do olhar enxergando no fundo as necessidades das pessoas. Era espinosiano porque proporcionava muuuuuuuuuitos bons encontros. Era adorniano porque pregava uma educação contra a barbárie; era freudiano porque estava atento ao mal estar da civilização; era deleuziano apostava na relevância da diferença e da originalidade; era schopenhauriano e bergsoniano porque valorizava a intuição, vontade e representação; era kantiano porque observava a condição de possibilidade; era proustiano porque adorava expressar sobre impressões cotidianas; era tillichiano porque acreditava na dinâmica da fé subjetiva diante da tese DEUS É SÍMBOLO PARA DEUS; era roggeriano porque valorizava a educação centrada no aluno; era John Stottiano pois defendia que crer é também pensar; era batista-budista porque dialogava com a diversidade; era jobiniano pois entendia do medo dos medos (eu quis amar mas tive medo cantou a mulher adúltera); era junguiano pois tinha experiência com os arquétipos e a jornada da alma; era Woody alleiano pois sua vida também tinha uma pitada de comédia porque valorizava a saúde...sorria porque eu te amo...alegrai-vos com os que se alegram e chorai com os que choram.

          Jesus não discriminava pessoas, até mesmo quando rolava desperdício como foi o caso daquela mulher que derramou o perfume caríssimo nos pés de Jesus enxugando-o com os seus cabelos. Jesus disse à platéia pão dura: ela assistiu ao filme A FESTA DE BABETE e sabe do valor de dar tudo que tem por um momento de amor profundo e sincero. Num ato de amor sexual, há enorme desperdício de espermatozóides que não conseguem fecundar o óvulo (180 milhões morrem). Jesus não economizava amor em meio aos riscos da pluralidade. Jesus era deleuziano, portanto, ele sacava que tudo eram signos e que é preciso saber interpretar signos. As pessoas cantavam a música LEIA NA MINHA CAMISA de Caetano Veloso e Jesus sabia ler com fluência tanto as camisas da Barra da Tijuca quanto a camisa da Pavuna, da Rocinha, de Ipanema, do colorido mistureba de Copacabana, etc, lia até de paulistas. Tomava vinho importado e vinho sangue de boi, como tomava champanhe importado e guaraná TOBI e suco de caju quando necessário. Quem não sabe ler as camisas acaba pagando mico.

           Jesus se recusou a transformar pedra em pães porque disse ao diabito: campeão! Quem ama espera. Imagino que tenha tomado um porre de Red Bull com Shake mix de baunilha da Forever, dai deu para aguentar o tempo de Deus no deserto (tempo da liberdade cronológica; tempo acronológico da não sucessão). Tempo divino inclui o tempo da simultaneidade do sucessivo, o paradoxo do tempo, momentos do tempo como dizia Beckett. Ele também se recusou a saltar do pináculo do templo porque era vertiginoso. Jesus era hitchochiano e provavelmente tinha assistido ao filme VERTIGO (corpo que cai). Jesus disse ao capeta: “non non nin non non...cada um com suas loucuras, mas...uma parte de mim tem medo, a outra é cética”. O diabo queria estimular a fé de Jesus à enésima potência. Ao ser interrogado na festa de Caná da Galiléia sobre o porque do vinho novo só ter sido servido no final ele citou Proust:” o que é precioso só se descobre por último”. Geralmente se serve o ruim no começo logo porque depois de bêbado o sujeito toma desde vinho sangue de boi até cerveja itaipava..tá porre mesmo.

          Jesus disse que para entendermos o reino de Deus era preciso entender a dinâmica dos ciclos, pois é preciso nascer de novo, voltar a ser criança. Jesus exemplificou isso no ESTRANHO CASO DE NICODEMOS BUTTOM. Tudo nasce, tudo cresce, reproduz e morre. Somos blocos de energia condensada que passeamos dinamicamente em meio a um universo de energia. Quando morremos, esse bloco de energia condensada se dissolve, no entanto, os átomos e partículas se espalham universo afora e irão gerar novas formas de energia, portanto, nenhuma condenação há para todos os blocos, pois todos são e vieram da SUPREMA -AMORFA ENERGIA (ENERGIA TOTAL=Deus). Estamos Nele e retornaremos a Ele na morte. Todos nós nascemos de novo, via rejuvenescimento de células, desintegração e migração de átomos, partículas, quarks, etc. Até Jesus ao morrer, retornou via ressurreição de forma diferente e subiu aos céus novamente. E o vento levou...  Jesus era nietzschiano-deleuziano e valorizava o eterno retorno do diferente.

          Jesus ao encontrar as pessoas doentes, deprimidas, machucadas afetivamente, discriminada, desacreditadas, etc, ele costumava cantar a música de Ivan Lins: “O amor tem feito coisas que até mesmo Deus duvida, já curou desenganados, já fechou tantas feridas, fica tão cicatrizado que ninguém diz que é colocado”. Ao se despedir desses aflitos ele mandava a real sem frescura: Fulano! Ciclano! Beltrano! O tempo cura, mas... e se o tempo for a doença? Então é preciso se curvar perante ele para continuar vivendo. Ronaldo fenômeno é um exemplo de gênio HUMANO DEMASIADAMENTE HUMANO, amado e conchavo de Deus, pois mostra a força da recuperação-superação (selbstaufhebung) em meio aos travécos e bolas na trave, mas ele sempre acaba nos braços do GOL inflamando uma torcida e fazendo a taça pegar fogo. Zaratustra era cinza e virou fogo...acho que era corintiano também.

          Jesus odiava a síndrome da canonização bíblica, da teologia correta dos cânticos e hinos, pois tinha plena consciência que diante do Mistério não há possibilidades de regras e gaiolas doutrinárias. Diante de DEUS há sempre um EU e todo ser humano possui um vazio do tamanho de Deus. É a presença de uma ausência, diria Rubem Alves e também acrescenta: para voar é preciso amar o vazio e como assinalava o físico Heisenberg, “diante dos vácuos há sempre condição de possibilidade”. Acheguemos diante de Deus com nosso louvor hamartiano-barthiniano e ele se alegrará conosco e com as nossas VERDADES, pois cada um tem a sua VERDADE. Deus é Espírito e onde há o Espírito há a liberdade para erotizar e heretizar liturgicamente. Culto criativo pode ser pensado semelhantemente à uma obra em que o compositor apesar de estar apoiado numa ancora modelar, ele cria e executa desprendido de regras de harmonia, contraponto, etc, objetivando uma nova sonoridade, um novo sabor. Jesus foi o maior transgressor teológico ao ferrar com a teologia da inércia litúrgica-geográfica ao dizer ABA Pai (paizinho). Segundo o teólogo alemão Joaquim Jeremias, essa expressão era usada somente dentro de casa por um filho de até 12, se falasse isso na rua, certamente tomaria umas porradas do pai e dos caras na rua. Jesus ao falar ABA PAI em alto e bom som, ele tava mandando os sacerdotes do templo de Jerusalém e sua liturgia centrada-engessada tomarem no cú e democratizando a adoração e ampliando a geografia litúrgica. Provavelmente tenha recomendado aos discípulos o filme ADEUS LENIN, adeus muro de Berlim. Jesus rompeu o contrato com a canonização do(s) modelo (s) bem antes dos filósofos da modernidade. É preciso dinamizar, kamasutriar liturgicamente sem fugir da âncora subjetiva que é o SAGRADO lembrando que não existem regras para criar o novo pois o talento é capaz de entrar em simbiose com a natureza (Kant). Quando avançarmos para desvendar nossos enigmas, é importante sempre retornar a base porque avançar sem chão é como liturgiar na vida eterna. Na vida eterna, só existe flutuações, mas nós precisamos de chão, queremos sentir o peso durante nossas aventuras litúrgicas-existenciais; precisamos voar, mas precisamos retornar e ancorar nos braços do PAI e até retornarmos novamente. Ele guardará a tua entrada e tua saída, desde agora e para sempre (Salmos 121).

           Jesus ao chamar os fariseus de raça de víboras e sepulcro caiado ele tava mandando um recado para muitos medalhões e moralistas que adoram usar o dedo de Deus para fuder os outros (se pudessem, usavam a pica de Deus). As pessoas levantam as mãozinhas para o alto, louvam ao Deus altíssimo (querem que Ele fique bem longe mesmo porque se Deus estivesse perto denunciava a fachada), promovem cultos cedinho para acordar (pertubar) Deus e mostrar espiritualidade, mas no fundo boa parte dessa gente é hiper elitista, apegada aos dogmas, homofóbicos, fundamentalistas ao extremo, adoram terninho e gravata e se acham detentores da verdade absoluta e pregam um cristianismo moleza da mentira de JESUS DORIL A DOR SUMIU. Esses não entram e nem deixam os outros entrarem no Reino de Deus. Isso remete ao filme TROPA DE ELITE quando mostra aquela cena da passeata dos playboizinhos da PUC do Rio devido a dois ou três playboizinhos (a) que foram linchados pelo tráfico no morro. Mathias disse: Isso é pura fachada, pois eles que consomem drogas e ajudam a manter o tráfico com manequins de ONGS.

           Jesus quando colheu espigas no sábado ele quebrou regras para matar a fome, embora não acreditasse na utopia do FOME ZERO. Isso me lembrou o filme DEPOIS DA CHUVA de Akiro Kurosawa que conta a história de um samurai que lutou por dinheiro algumas vezes para trazer comida para uma família faminta e por isso ele nunca parava em emprego nenhum porque na cultura samurônica lutar por dinheiro era um pecado gravíssimo. Apesar de ser hiper competente como samurai, ele sempre quebrava as regras em nome da generosidade.

          Viver dentro do quadrado é fácil, o difícil é viver fora do quadrado, pois viver fora do quadrado é viver debaixo da instabilidade. Jesus disse: quem quiser me seguir tome a sua cruz e siga-me. Viver fora do quadrado é viver pela fé. Nietzsche assinalou: A vida é um risco e quem não se arrisca não vence.

         Ao conversar com a mulher adúltera ele precisou usar o lado feminino para entender aquela mulher. Ao ver a muvuca condenativa-discriminativa ele perguntou aos machista-moralistas: quem não tem mais de uma personalidade que atire a primeira pedra. Todo mundo ficou pianinho. Jesus não se preocupava com a nudez do corpo, pois é mais inocente do que a nudez da alma na qual os sacerdotes costumam lidar. Jesus se relacionou com ela via chavécos espirituais e depois recomendou à ela o filme CIDADE DAS MULHERES (Citta de la Donna) de Frederico Fellini. Jesus se relacionava com a diversidade e dualidade apolínea-dionisíaca e bem que poderia ter profetizado que o homem teria a Sodoma e a mulher teria a Gomorra. Imagino que ele sonhava e tinha altos papos paranormais com Proust e Foucault porque não tinha saco para ouvir o apóstolo PAULO. Para Marcel Proust, em SODOMA E GOMORRA está o segredo da sexualidade ou da homossexualidade. Proust escreve sobre a teoria da sexualidade ou homossexualidade no início do livro SODOMA E GOMORRA. Ele fala sobre a CÓPULA CONTRA A NATUREZA onde cita o Zangão e a orquídea. Para Deleuze, a teoria de Proust é sobre a transsexualidade. Todos nós somos uma coisa e outra. Temos uma parte masculina e feminina.. Quando nos relacionamos com o outro, a nossa parte masculina pode se relacionar com a parte feminina do outro, ou a parte feminina pode se relacionar com a masculina do outro, ou a nossa parte masculina pode se relacionar com a parte masculina do outro, ou a nossa parte feminina pode se relacionar com a parte feminina do outro. Podemos ter várias possibilidades de relação. Como dizia Roger Bastide: “Eu sou mil possíveis em mim, e não me resignarei a ser apenas um deles”.

         Jesus adorava a trilogia das cores, vibrava com a bandeira do arco-íris e em suas horas vagas costumava assistir filmes do cineasta polonês Krzysztof Kieslowski, pois nas imagens há a interação dos elementos igualdade, liberdade e fraternidade. Quando Jesus passava em frente ao templo de Jerusalém ele era nietzschiano de carteirinha com LIBERDADE SIM, IGUALDADE JAMAIS, mas durante os momentos de comunhão, ele regia SOMOS TODOS IGUAIS NESTA NOITE de Ivan Lins. Como era kieslowskiano, ele sabia da força do acaso e não se assustou quando Judas deu um selinho, mas apenas engoliu sapo sem fazer cara feia.

         Jesus ao ceiar com os discípulos naquele local reservado, ele envolveu-os num labirinto de felicidade partilhada. Jesus recitou trechos da filosofia do corpo de Merleau Ponty e em seguida acredito que eles assistiram ao magnífico filme: O SÉTIMO SELO de Irgmann Bergmann e partiu para a vida. Ele compartilhou com três discípulos o conflito com a morte no Getsemani. Enquanto Jesus jogava xadrez com a morte, os discípulos dormiam. Ao dizer: Pai! Passa de mim esse cálice, ele embaralhou as peças do xadrez tentando adiar a morte, mas a morte recolocou as peças no seu devido lugar. Apesar de Jesus não saber se existe destino, ele sabia que existe decisão. Jesus ouviu a voz de Kierkegaard que dizia: “recusar o risco é recusar a verdade”, portanto, caminhou rumo a cruz. Foi crucificado, e ressurgiu, no entanto, na ressurreição nenhum ser mortal foi concebido, mas sim um quadro imortal compartilhado.

          Jesus antes de subir aos céus novamente, ele assistiu ao filme ASAS DO DESEJO de Wim Wenders disse para si mesmo e aos outros: “sei que existem outros sóis além destes que eu vejo. Em mim nascerão asas novas que substituirão essas velhas; essas asas novas me deixarão surpreso. Na casa de meu pai há muitas moradas e vocês se surpreenderão com a arquitetura de meu Pai, pois ele é um esteta”.

          Jesus adorava botar Pedro na parede com carícias afetivas fraseológicas porque ele era proustiano, portanto, ele sabia que por detrás do amor está o ciúme. No fundo ele queria saber se Pedro era Pepê ágape, Pepê filos ou Pepê Eros (pepê von Lieber). No famoso episódio de João 21.15 narra o bate papo entre Jesus e Pedrinho após um jantar. Jesus pergunta: Pedrinho! Tu me amas (agapos) mais do que os nossos amigos? Pedro respondeu: Sim você sabe que eu te amo (filo-Lieber). Jesus perguntou pela segunda vez e pepê respondeu a mesma coisa. Putz! Só cadências deceptivas, porém afetivas...Jesus perguntou pela terceira vez a mesma coisa porque Jesus esperava uma cadência à dominante agapeana, entretanto, Pepe não baixou a guarda e falou: Lindo! Tu sabes que eu te amo (filo) porque eu tenho afeição e nossa amizade tem uma energia e vibrações afetivas fortemente divinas. Então Jesus deu um bônus-missão a pepe recitando Mário Quintana: meine Lieber Pedro! “cuide do jardim que as borboletas aparecem”, aproveite e pastoreia (poimaine) minhas ovelhas afinal Pepê os meus amigos também são os seus amigos, então brother, cuide deles (a).

          O problema é que quem ama mente (também) e foi só pepê ficar em apuros que ele negou Jesus três vezes. Judas emprestou a Pedro o DVD da comédia alemã APRENDENDO A MENTIR (lernen lügen) daí Pedro virou conchavo-advogado do diabo. No filme, a mentira rola solta, mas o ator come três mulheres, no entanto, na “comédia” bíblica, foi o galo barraca que fudeu Pedro deixando ele em choro e ranger de dentes. Pepê enfurecido disse: Galo safado! De conchavo você não tem nada, mas o dia tinha amanhecido.

         Jesus foi considerado um desertor, um ousado, um perigoso e um incompreendido por muitos há mais de 2000 anos. Até hoje, muitos não compreenderam a proposta de Jesus com esse cristianismo vergonhoso de manipulação de massa em Nome de Deus. Talvez um François Truffaut conseguisse compreender um INCOMPREENDIDO transformado equivocadamente em forma de cordeiro. Jesus sem dúvida escreveu uma nova história e para isso foi preciso abrir um buraco nas palavras em busca de um pensamento diferencial (Deleuze). Como diz Rubem Alves: “nós somos aprisionados pelas palavras dogmáticas em Nome de Deus”. Na medida em que Jesus ia abrindo buracos na teologia sacerdotal, as pessoas iam entrando e ouviam palavras de esperança, pois o jugo de Jesus é suave, seu fardo é leve, mas a sua proposta é meio punk. Jesus sabia fazer amor com as palavras, pois usava musicalidade nas parábolas (ENSINANDO PARÁBOLAS MUSICALMENTE por Cristo Swanwick). Jesus estava atrás do tempo perdido, do tempo redescoberto.

     Isso faz nos pensar que a obra de Jesus cria a sua própria posteridade.

    Abraços

 Joeblackvan


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