Conselhos de Joe “Maria Rilke” a um
jovem comentarista aspirante a musicalidade das palavras:
É no ínfimo que vejo exuberância.
"Quando leio tuas divagações retóricas, me lembro de alunos de improvisão ao jazz ou em música popular. Alguns saem enfiando um monte de notas e embola tudo no ato da execução. Vira excesso de virtuosismo, porém, sem clareza entre as notas...Há muita informação, ma falta a magia da sensualidade nas palavras. Tua postura metralhadora, também se assemelha à alunos de harmonia funcional que outrora, estavam acostumados a tocar apenas algumas notinhas e quando vão estudar as obras de grandes músicos como Tom Jobim, Edu Lobo, Chico Buarque, Bill Evans e outros, ao serem possessos pela novidade e pela empolgação, ao se lançarem as re-harmonizações, saem jogando um monte de acordes "complexos" sobre qualquer cântico sacro ou não (repertório da MPB ou do Jazz, por exemplo)...Daí, vira um amontoado de sons e a clareza melódica ou poética do texto fica sufocado ou desaparece completamente. Quando ocorre este excessso, eu falo para o aluno: O TOM JOBIM PODE, VOCÊ AINDA NÃO....O JOE PODE QUANDO VIAJA NA MAIONSE, MAS VOCÊ AINDA NÃO, MEU CARO FULANO....Meu conselho....tenta escrever tudo isso que vc escreve de forma mais econômica....lapida o pouco, pois o pouco lapidado, é muito".
"Quando leio tuas divagações retóricas, me lembro de alunos de improvisão ao jazz ou em música popular. Alguns saem enfiando um monte de notas e embola tudo no ato da execução. Vira excesso de virtuosismo, porém, sem clareza entre as notas...Há muita informação, ma falta a magia da sensualidade nas palavras. Tua postura metralhadora, também se assemelha à alunos de harmonia funcional que outrora, estavam acostumados a tocar apenas algumas notinhas e quando vão estudar as obras de grandes músicos como Tom Jobim, Edu Lobo, Chico Buarque, Bill Evans e outros, ao serem possessos pela novidade e pela empolgação, ao se lançarem as re-harmonizações, saem jogando um monte de acordes "complexos" sobre qualquer cântico sacro ou não (repertório da MPB ou do Jazz, por exemplo)...Daí, vira um amontoado de sons e a clareza melódica ou poética do texto fica sufocado ou desaparece completamente. Quando ocorre este excessso, eu falo para o aluno: O TOM JOBIM PODE, VOCÊ AINDA NÃO....O JOE PODE QUANDO VIAJA NA MAIONSE, MAS VOCÊ AINDA NÃO, MEU CARO FULANO....Meu conselho....tenta escrever tudo isso que vc escreve de forma mais econômica....lapida o pouco, pois o pouco lapidado, é muito".
Abraços do Joe.
Obs: No âmbito da música popular Brasileira (jazz), há um pianista famosérrimo que é portador de excesso de virtuosismo exacerbado, porém, quando ele improvisa há falta de clareza no ato sacro\lúdico da transa com as palavras melódicas...E o cara é reconhecido com um dos grandes pianistas do Brasil...Realmente, falta sensibilidade nos ouvidos de muitos quando escutam-o de forma inocente ou consciente....ou estes ouvidos fazem vistas grossas por interesses profissionais e\ou afetivos...Mas, o meu ouvido sutil e seletivo, não engole...não aceita ser enganado de forma alguma....
Se ele for portador de escuta de boa vontade e tiver sensibilidade visual ao ponto de escutar as entranhas de minhas palavras, vai entender minha dica...Mesmo estando no topo do pedestal, é preciso descer para aderir o ser estar aí em economia consciente para ser claro nas transições sutis entre o limiar de uma nota e outra e assim sucessivamente (...)
Ter a unção de um Bill Evans, de um Count Basie, de um Claus Ogerman, Toninho Horta, Cesar Camargo Mariano, de uma Dianna Kraull e outros deuses da sutilidade, é para poucos....Como genialidade em algum metier...É coisa para pouquíssimos do pouco....
Joe “Maria Rilke”...Um tico tico das palavras...
Filho de João (meu pai) e de Maria (minha mãe)
João Inácio Caitano e Maria Evangelista de Mattos Caitano.
Nenhum comentário:
Postar um comentário