domingo, 1 de julho de 2012

MEMÓRIAS DE JOE CUBAS: Todos os segredos\babados de uma aventura de fé no Palace 19 (STBSB)


Por www.joevancaitano.blogspot.com (HARMONIAS E HERESIAS)
“A canção é o sino da memória” (Wynton Marsalis-trompetista de jazz).
“Não há como fugir de ontem porque ontem nos deformou, ou foi por nós deformado” (Beckett sobre Proust).
Dentro da palavra LOUCURA está a palavra CURA (Dr Luiz Longuini Neto).


1.      Dia 12 de fevereiro de 2000 eu desembarcava na cidade maravilhosa e fui encaminhado diretamente para o Palace XIX. Não havia fechaduras na porta do meu quarto, na verdade, mal eu sabia que aquilo era pura sacanagem estratégica da administração para facilitar o acesso dos veteranos e atiçar meu tormento típico de calouro. Na primeira noite eu rodei legal nos trotes, aliás, nem meu pai, um coroa sagrado, escapou daquele massacre batismal. “Aquele que beber dessa fonte jamais terá sede”, diziam os teólogos palacianos apossados de seus “conteúdos” fedoríficos –mágicos- enlatados. Para entender tudo aquilo, somente meditando nas NARRATIVAS DO ESPÓLIO de Franz Kafka sobre A QUESTÃO DAS LEIS: “Nossas leis não são universalmente conhecidas, são segredo do pequeno grupo de nobres que nos dominam”. Fui “dormir”.
2.      Enquanto “repousava”, ouvi por três vezes a voz de Samuel Beckett alertando: “A morte não pede um dia livre”. Então, naquela mesma semana, eu e meus colegas fomos acordados repentinamente por volta de 2h da madrugada, sob o pretexto da necessidade de participarmos de um culto de confraternização. Quando me aproximei do local de koynonia, o ambiente era escuro, e avistei meus colegas calouríferos apavorados, então eu ouvia uma voz que dizia: Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temerei mal algum, porque vocês (meus conchavos...quais?) estão comigo. Fomos submetidos ao ritual católico-batistiniano, e vibrei com o sorriso daquela magnífica imagem da santa Nossa Senhora negra Aparecida. Fred, meu colega de quarto, torcia pelo aparecimento relâmpago do Reitor, mas a cúpula teológica dizia: sem mim (sem nós), nada podeis fazer. Disse baixinho no ouvido de Fredinho: “mano! Há um medo que nos protege, mas há um medo que nos paralisa”. Ação já, solução já! Não pensei duas vezes e beijei a preta e cantei Caetano Veloso: “Você é linda mais que demais”. Com esse ato de ousadia política, me fiz de louco para ganhar os loucos, e acabei ganhando...rs,..fiquei amigo  dos caras, aliás, atualmente, boa parte desses luciferianos, são doutores, professores, ou pastores que combatem o bom combate, mas não tem pretensão de acabar a carreira nem tão cedo, pois tem poder e din din na jogada, a raiz de todos os (“males?”) (q nada, é de todas as gatas).
3.      Me lembro, do dia em que voltei de férias, meio cabisbaixo porque não tinha sido aprovado na prova para graduação na UNIRIO (fevereiro de 2001), daí quando eu entro no quarto, me deparo com uma bateria monstruosa que ocupava mais de 50% do espaço. Eu, André Codeço, Diogo Rebel e Lucão ficamos perguntando: De quem é isso?   O que é isso? Quem permitiu isso? Quem é esse maluco bateriano? Do nada, aparece o Daniel Batera com aquele sotaque gaúcho e aquele jeitão Alá 777 tatuado no braço, com pinta de mais que perfeito, com trejeitos de deus branco. Já fomos aterrorizando o cara, alertando que se ele quisesse dormir no nosso quarto, ele teria que beijar a tal da Santa Preta, mas ele reagiu furiosamente e disse: “Jamais farei isso, pois não trairei o meu Deus”...(kkkk)...Dani batera, reagiu de cabeça erguida contra força do sistema CAP GOSPEL, no entanto, por ser desertor, pagou o preço firminiano durante os quatro anos que morou como príncipe. Não se vendeu, mas também não se formou.
4.      Deserto num palace? Deserto nos remete ao habitat de serpentes, cobras, etc, animais perigosos, no entanto, só eu sei as esquinas por que passei, só eu sei o que fizemos para capturar o animal pecaminoso fora do Jardim do Éden. É fácil domesticá-lo quando ele está dentro do quadrado, mas difícil é pastoreiá-lo quando ele foge do aprisco. Hauley Valim (grande pensador), tinha trejeitos de teólogo Hippie, além disso, tinha costumes esdrúxulos, pois insistia em criar uma cobra coral dentro de uma caixa em pleno seu aposento. Mas um dia, ela resolveu fugir, daí foi um samba do crioulo. Houve toque de recolher, mas ninguém obedeceu à voz de Deus, e saíram em busca da serpente, mas eu resolvi potencializar o meu tempo, e fui para a praia da Barra para apreciar as Evas.  Por volta de 17h, a cobrinha foi realmente capturada. Ela estava na parte superior da porta da escada. O zelador alegou que ela estava recolhida e disse a ele: ”Estava nu e tive medo” e ainda cantou Marisa Monte: “Não me deixe só, eu tenho medo do escuro, (...) dos fantasmas da minha voz”.
5.      Loucura mesmo foi o que fez meu brother e ministro de música Lucão (o ninja afetivo) que praticava a unção da bigamia off enquanto cursava música sacra. No período de aulas, ele namorava a filha do tio Amú, mas nas horas vagas (período de férias) ele namorava a mulher da cidade dele. Como diz o Reverendo Longuini: o amor vence todo o segredo (...), então, o dia do tira-teima se concretizou no recital de formatura dele. A mulher daqui preparou tudo no que se refere à produção e divulgação, e a mulher de lá apenas orou e veio prestigiar. Na hora dos agradecimentos, o pai dele tomou a palavra, encheu a bola do filho e pediu que a ilustre namorada dele ficasse de pé, entretanto, as duas se levantaram (rs). Houve um silêncio unânime na capela do STBSB ficando evidente a surpresa na face dos convidados como também o ciúme escancarado no rosto das duas musas, e o recital acabou ali mesmo, porque faltou luz (os deuses se revoltaram? Só faltou o véu se rasgar). Proust estava certíssimo ao defender a tese que por detrás do amor está o ciúme. Amamos para ter ciúmes é a grande tese proustiana.
6.      O amor vence todo o medo diz a Bíblia, mas o álcool costuma liberar todos os segredos também, mesmo correndo esse risco, alguns de meus parceiros viviam movidos pelo cinismo e BUXIXO. Esses adoravam tomar uma birita antes de subir nas plataformas catequéticas. Um desses após ficar porre, pediu para o companheiro de quarto dá uma cavalgada (rs). Disciplinaram o cara em nome de Deus só porque o álcool denunciou que ele era VIADO PASSIVO RADICAL (atitudes de terceiro mundo). Coitado! deu azar, porque se fosse na época do culto da gravata nos anos 90, ele ia poder saborear vários tipos de sorvete sem condenação pois os caras adoravam o deus Sartre que defendia que todos estão condenados à liberdade.
7.       Pensar embriaguez via discursos é falar de pastor Herodes, pois ele foi uma figura importante para a difusão da unção trapaçadora, pois ele aceitava a tese de que a mentira é um mal necessário. Um dia interrompeu a aula para pedir grana aos colegas, tendo em vista que corria o risco de perder a matrícula devido a dívidas de mensalidades anteriores. Enfim, a turma gentilmente arrecadou uma oferta de solidariedade e entregou-o, no entanto, ele riu sarcasticamente e passou duas semanas degustando e experimentando os prazeres dos mestres do kamasutra da boca na churrascaria ESTRELA DO SUL regado a vinho e uísque importados. O CADS tinha essa fama de carnalidade dionisíaca, pois ao invés de pedir a cabeça de João Batista, preferia as moedas discentes-messiânicas, ao dizerem: “DÊ A CÉSAR O QUE É DE CÉSAR E A deus O QUE É DE deus”.
8.      Malucos existem, mas é cômico quando um sujeito é normal, no entanto, aparenta ser esquizofrênico. Frederico Macedo tinha esse perfil de flautista-psicopata. Devido a sua aparência estranha, grande criatividade e poder retórico, ele atormentou o confessional Pr Ailton Rocha sob o suposto desejo de assassinar-me durante o ano de 2000. Era época de GQ, e as simulações de ameaças e sintomas se intensificaram, ao ponto do Ailton ligar para farmácia altas horas da noite solicitando Gardenal para um seminarista mentalmente despirocado. Recebi vários alertas como: Joe! Retire todas as facas, garfos, e outros objetos perigosos do seu quarto, pois, sua velha assinalou que irá te matar (rs). No dia combinado, lá estava eu todo encharcado de tinta vermelha e Catchup por todo o corpo e com a cabeça por debaixo da cama. Quando o Ailton retornou da Farmácia, eu comecei a me estribuchar e titubear estendido no chão, e minha velha Fred capeta, apareceu com uma faca “encatchupiada” perante o confessional: Ele agarrou fortemente o “assassino” e gritava: Edwin! Edwin! Edwin! O Fred matou o Joe...rs...daí a galera palaciana chegou junto sorrindo e dizendo: É apenas uma brincadeira, relaxa e goza amado, mas ele estava suado e com o coração saindo pela boca. Esse episódio macabro-teatral me lembrou do filme mudo AS MÃOS DE ORLAC, de 1924, do cineasta alemão Robert Wiene, que conta a história de um pianista virtuoso que sofre um acidente de trem e tem suas mãos decepadas. Em um procedimento experimental, lhe são implantadas as mãos de um assassino que acabara de ser executado. Quando descobre a quem pertenciam suas novas mãos, Orlac acredita que agora também tem predisposição para matar.
9.      A boca fala do que o coração está cheio diz a Santa Palavra de Deus. Por isso, Samuel de Pádua ao desembarcar pela primeira vez no terminal rodoviário do carioca, verbalizou com extrema sinceridade: Tô no Rio de Janeiro!!! Hehe...”nenhum dinheiro do mundo paga esse momento histórico-sagrado”. O taxista ouviu esse mico e foi logo convidando o futuro ateuzinho para que entrasse no carro e sinalizasse o destino. Sam disse: Sou do interior de Minas ..mineiro uai...quero ir para o seminário X, endereço Y, e vou estudar teologia. O taxista disse: Você serve a um Deus que é dono da prata e do ouro, por isso, fique tranqüilo que iremos chegar em paz ao seu destino. O taxista malandramente, fez um “pequeno” tour pela cidade, fazendo o Sam ficar enfeitiçado com as belezas naturais. Enquanto o Sam vibrava com as bandeiras de seu time favorito em volta do Maracanã, o taxista aplicava a bandeira II, bandeira III-IV em plena manhã de sol. Ao chegar em frente ao Palace XIX, o taxímetro registrava R$ 151,90 pela corrida maravilhosa, no entanto, o filho de Deus chiou. Mas o taxista com magistral sabedoria trouxe a AQUELA memória mineira: “Estou aqui no Rio e não tem dinheiro no mundo que pague essa aventura”. Sam pagou, mas ralou depois (rs).
10.  Quem experimenta uma perda inesperada, tem que suar a camisa para recuperar aquilo que foi tomado, além de ter que suportar muita dor de cabeça. Não adianta apenas cantar: “Restitui! eu quero de volta o que meu, sara-me, põe teu azeite no buraco arrombado”. É preciso agir, e se preciso acionar o desconfiômetro. Era inicio de Julho de 2007, época dos JOGOS PAN AMERICANOS aqui no Rio, e o Palace XIX estava quase deserto, com exceção de alguns moradores que ficaram por N motivos. Minha carteira foi roubada, com R$ 250,00 e alguns documentos. Não tinha pistas, mas mexi os pauzinhos, corri atrás via câmera escondida, detetives internos, sondagem via moradores e descobri que o sujeito suspeito já havia roubado outros moradores, além de ter ficado na cadeia por cinco anos em Sampa devido acusação de estupro. Ele era um jovem talentoso na música, e tinha projetos teológicos-pastorais, no entanto, pelas pistas, tudo indicava que era um dependente de drogas que estava passando por crises de abstinência. Pressionei e torturei verbalmente esse colega objetivando a confissão que só ocorreu após ele ter descoberto que eu havia mapeado toda a vida dele e que ele poderia virar mulherzinha na cadeia carioca. Tive que mentir na delegacia inventando outra história no BO para salvar a vida daquele colega embora o delegado insistisse que eu deveria botar ele no paredão, entretanto, pedi ao pastor dele e a família que o enviasse para uma clínica de recuperação de drogados no interior de São Paulo. Foi muito emocionante jantar com ele no supermercado EXTRA mesmo sabendo que ele havia me furtado para comprar drogas segundo ele admitiu. Eu estava nu perante ele e ele perante mim, pois rolou uma sinceridade e o desejo de recuperação. Naquela mesma semana eu fazia um curso intensivo de alemão no Instituto Goethe-Rio, e uma das tarefas em classe foi verbalizar o que ocorreu no dia anterior, então eu falei que havia jantado com o ladrão que me roubou...ninguém entendeu nada...falei: imagine Hitler beijando um Judeu em plena segunda Guerra Mundial... Jesus fez isso papeando com a mulher samaritana. Este caso ficou em off no campus para preservar o sujeito, mas pelas informações que obtive, esse colega casou-se e está caminhando de cabeça erguida vencendo a cada dia.
11.  Vencer e vencer, era o lema de Pr Saulo (saulinho), grande neguinho sem beija- flor, mas cheio de humor, que veio para vencer em terras do sambianas. Ele dizia: Joe, hoje tô na merda nesse inicio de carreira, mas eu tenho talento, e vou dar a volta por cima. Saulinho era o retrato da grandeza de ser pequeno. Ralou muito via inclusive nos projetos afetivos. Depois de muitos foras e nãos, por força do acaso e perseverança, ele se deparou com uma missionária paraguaia e casou-se lá e aqui. Saulinho representa a glória de ser perseverante, além disso, ele é um personagem kieslowskiano, pois sabe acolher os acasos. E os casos de amor que o Kenner Terra tinha pelas manhãs com a língua grega e sua concubina exegese do NT? Kenner, (em breve doutorando na UMESP) ralou com disciplina lendo tijolos diariamente na biblioteca, mas sempre tinha tempo para pecar nas peladas do PECADÃO, pois ele sabia que todas as tardes, Deus vinha conversar com ele em pleno movimento de corpos e bolas. Quem se recusa a ouvir a voz de Deus acaba dando com a cara na trave como ocorreu com Eduardo Trave, no entanto, ele já está de bem com Deus, pois Deus é amor, às vezes é uma jumenta, mas também se manifesta nas traves da vida.
12.  Quem se recusa a rezar a cartilha no arraial do povo de Deus, acaba pagando mico e se deparando conseqüências (às vezes). Foi assim que ocorreu com a dupla de velhas Samuel e Jordilei que cursavam o segundo ano do curso de teologia. Samuel era seminarista estagiário e atuava como professor na EBD, entretanto, ele cismou de dizer às ovelhas que o mar vermelho não se abriu, mas que era um mito, pois era um mar de juncos (rsssss). Daí um diácono foi até o pastor da igreja e perguntou: Pr! O Mar vermelho abriu ou não? O Pr malandramente disse: claro que sim meu caro irmão. Por que? Por que o seminarista Samuel disse que não abriu coisa nenhuma. Me parece, que o Sam se indignou com toda a fachada catéquica e foi limado por desvio de doutrina, no entanto, seu conchavo Jordilei seguiu firme dizendo que se a igreja continuasse pagando o carnê dele mensal ele pregaria que o mar vermelho se abriu com tubarão, marcinha pandeirão, dinossauros  e tudo mais.
13.  A figura de Jordilei é importante, pois precisamos saber ler signos como dizia o Deleuze, pois quem não sabe ler signos, corre o enorme risco de se “ferrar legal”, no entanto, a figura do Samuel também é hiper importante, pois ele nos remete ao ousado Tomé que duvidou da ressurreição de Jesus. Em todo local haverá pessoas que vão dizer aleluia amém e irão se conformar, porém, haverá o risco de surgir um espírito de porco e questionar tudo. Quem se conforma, não vive pela fé porque está protegido pelas cercas do quadrado, mas quem se propõe a questionar, vive de fé mesmo, pois ela tende a pular a cerca e transitar fora do quadrado, da comodidade, porque o pensamento não tem fronteiras, e aspiram abrir um buraco nas palavras. Jimmy Sudário e Osvaldo Ribeiro são exemplos de focinhos que fuçam, fuçam e fuçam...quebram o coco mas não arrebentam a sapucaia.
14.  Quando ouço sobre cocos, açaí e sapucaia, minha memória involuntária remete as regiões em que habitei durante a minha infância: Pará, Amazonas, pertinho do Acre. Falar de teologia tupi-açaí e tucupi-guarani é falar dos pastores Romario Ney e sua performance alá Caio Fabiniana e Agnaldo (Pr Curumim) e sua simpatia mixada com raça tucumânica. No encontro com sua noiva Júlia houve esperança, mas na cantada Messenger-juliniana de Justi, nasceu o inimigo da lambança. Faltou ao teólogo Justi o instinto Don ruânico que o pastor bombeiro tinha. Ilustre mesmo é o Eliéziu e seu curioso caso com a teologia joanina. Nos momentos de reflexão na serralheria ele costuma reverenciar contemplação ética de Wittgenstein dirigida à possibilidade de ocorrência de alguma coisa. Daí ele pergunta: Para onde fugirei do teu Espírito? Se eu estou na comunidade dos discípulos amados, tu estás; se eu estou no Encantado, tu estás (hehe...rs). O problema é que Pneuma no grego é uma palavra feminina. Isso é um caso sério ao som de um bolero.
15.  Caso sério ao som de dois fagotes excepcionais diz respeito aos Pastores Elias maluco e Tavares sargento porque eles eram temidos por seus colegas por possuírem uma perna a mais. Os deuses no ato da engenharia muscular concederam-os, o privilégio de poderem caminhar sobre as gatas, provocando dores, temores e tremores perante aqueles (a) que se arriscam de aproximá-los de forma inadequada sem a couraça da justiça inimiga. Por elas, só resta-nos pensar na compaixão. Só cabeções aptos para a liturgia da fecundação.
16.  Caso sério mesmo é você querer afetivizar com vocacionadas que não entendem nada de sacrifício de louvor. Diz o texto bíblico que Deus curte oferta com aroma suave e agradável. Mas quando (a) espiritual tem chavasca de bacalhau? Você pode orar até 30 vezes que não resolve, porque o cheiro diabólico bacalhônico fica arquivado até no sub-inconsciente, daí o ousado-azarado-vocacionado corre o risco de brochar diante do Auschwitz Batista, chamado carinhosamente de CONCÍLIO EXAMINATÓRIO. Tem coisas que nem Freud explica, talvez a paixão explique.
17.  Pior do que concílios são os “aconselhamentos proibidos”, pois se o sacerdote não dominar a malandragem, ele corre o risco de revelar e entregar o colega ou amigo, trazendo prejuízos incalculáveis, restando ao prejudicado recitar a frase de Karl Marx: “Sofro igual Jó,  apesar de não ser tão temente a Deus”. Depois que o vulcão entra em erupção, as luzes se revoltam, e daí não adianta rezar, orar, nem tampouco lambrear no monte, pois até o monte fica MONTENEGRO.
18.  Negro mesmo era a figura do arcanjo Bissiati que misturava uma carapuça de batista com doutrina gótica. Ele era uma coisa e outra, mistura de ternura e loucura, de amigo e perigo, mas era um sujeito com um coração grande, pueril, que misturava bondade e simplicidade capaz de alcançar o coração de Deus com sua pitada de confusa e difusa diversão. Dentro da palavra LOUCURA está a palavra CURA, por isso, Freud dizia que o amor está perto da loucura. O amor vence todo o degredo (o exílio). Os loucos são os caras mais livres.
19.  Divertido mesmo foi na cerimônia de formatura de 2003 na PIB do Rio, quando o dirigente solicitou, que todos os professores da academia sagrada ficassem em pé, daí o meu jovem amigo Mário Zazv, que na época era professor também, erigiu seu corpo, no entanto, um dos medalhões da convenção solicitou-o que voltasse a ficar sentado, pois somente os professores deveriam ficar de pé. Queria que ele ficasse de mão porque usava trajes brancos, cabelos rastafári e chinelos afros amacumbados. Esses não curtem (temem) preto velho, quem dirá preto novo.
20.  Monte negro foi aonde subi várias vezes, mas foi difícil falar com Deus. Às vezes tive que lamber o chão para comer cú de burro (=miojo sendo cozido com salsicha navegando solitariamente sobre as larvas da fé). Tive que engolir sapo e ouvir alguns pastores dizerem: Joe! Escolhe: ou igreja ou teus estudos sabendo que o curso de música numa universidade federal funciona em tempo integral...”vc tem que virar escravinho do sistema dando expediente a semana toda, enchendo o saco de Deus” (rs..em plena era da internet)... E eu olhava para o céu e dizia: Deus! não posso ser burro, vou chutar o balde, mas vai comigo nietzschianamente e assim eu fiz. É fácil alguém que tem uma família estabilizada financeiramente, chutar o balde quando está sobre pressão; difícil mesmo é o cara abrir mão de ministério de cabeça erguida sabendo que a família não pode lhe ajudar com nada (só com orações). É preciso ter raça para dizer: missão cumprida e bola prá frente e ainda ter fôlego para cantar Renascer Praiser: Dependo de Ti, mesmo que os que me amam, não consigam me ajudar, eu dependo, dependo de ti. Se liga! Viver na dependência de Deus é viver fora do quadrado porque o vento de Deus  é aleatoriedade ou é circular, mas é sempre condição de possibilidades. Nessas horas o anjo do Senhor acampa-se ao redor daqueles que são porras-louca e joga junto sem deixar a peteca cair. Quem joga com Longuini, tem tudo para jogar com Mancini ou com Maldini.
21.  Quem joga em condições adversas sabe dançar na beira do abismo (Nietzsche); sabe rir com a faca no coração (Denise Fraga falando sobre Brecht). Quem morou no Palace XIX sabe que o cômico e o dramático se confundem; sabem que Deus e o Diabo andam de mãos dadas, por isso, é preciso saudá-los, pois o mundo dá voltas. Não adianta fugir, nem mentir, aqui dentro e sempre, pois há taaaaaaaaaaanta vida lá fora, tanto par aquele que quer construir, como também para aquele que quer roubar, zoar e destruir, porque afinal, no caminho Emaús, muitos serão lesados e alguns veículos serão escolhidos, cogita o ministro dos transportes Gilberto Gito. Quem viveu na morada dos deuses (Palace ou Pavilhão XIX?) experimentou a jornada da alma, por isso tem a estranha mania de ter fé na vida. Tivemos o imenso privilégio de ouvir e cantar juntos: Nada a pedir, só agradecer de Edwin Ferraz. “A canção é o sino da memória”.

Alô galera do XIX! akele abraço; alô torcida do XVIII! Akele abraço; XXIII e XXX akele abraço tb.
abraços com o manto sagrado da Anscestralidade 
www.joevancaitano.blogspot.com



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