Neste livro de Erick Felinto alia erudição e
simplicidade. O leitor encontra, ao mesmo tempo, um inventário das encarnações
do sagrado na literatura moderna e uma reflexão sobre a questão da língua. Nomear
é tudo. O poder máximo do demiurgo é o de dar nome. Cabe ao autor mostrar as
imbricações de todos esses elementos. Cabe ao leitor simplesmente seguir o fio
das idéias. Não é difícil alguém se deixar dominar pelo texto de Felinto, uma
trama feita de sedução, maleabilidade, argumentação impecável e um senso do
sagrado que, sem abdicar do primado da razão, eleva ao ponto máximo o mistério
do pensamento. Silêncio de Deus, silêncio dos homens é uma reflexão ambiciosa
sobre modernidade cultural. Compõe um autêntico panorama histórico-filosófico,
olhando a modernidade pelo avesso, definindo-a pelo viés do místico, do
esotérico, do sagrado. Erick Felinto chegou à crítica da cultura pelo clássico
caminho da crítica literária, a partir da combinação entre uma formação
pós-graduada híbrida de Comunicação e Letras e uma espécie de auto-didatismo
voraz que o fez incursionar pela Torah e pela Cabala, lembrando os marcos
reflexivos de um Walter Benjamin. A resultante de tal combinatória se dá na
clave do brilhantismo. O leitor e a leitora não se decepcionarão, se o que
buscam é inteligência, aliada à erudição.
Extraído da fonte (Editora Sulinas)
Mais informações sobre a obra.
Nenhum comentário:
Postar um comentário