Escola de Berlim
27 Set a 14 Out
Local: Cinema | CCBB RJ Horário: Quarta a segunda, conforme a programação |
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Parte das comemorações do Ano da Alemanha no
Brasil, a mostra apresenta o cinema da Escola de Berlim, um estilo estético
da cinematografia alemã surgido em meados dos anos noventa, que iniciou uma
nova fase do cinema autoral daquele país. Além da exibição dos filmes, um
ciclo de palestras com diretores e profissionais debaterá a linguagem
cinematográfica e a ideia por trás dos filmes.
Curadoria: Georg Seesslen.
Parceria: Goethe-Institut do Rio de Janeiro e
Festival do Rio.
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Após a Bienal do Livro do Rio, que
colocou o foco na Alemanha – e a Bienal de Frankfurt, inversamente, vai
homenagear o Brasil, em outubro –, o Festival do Rio, que começa dentro de duas
semanas, também coloca o foco na cinematografia alemã. A lista de eventos
especiais inclui uma mostra chamada Escola de Berlim, que os paulistas vão ver
antes. Começa nesta quarta (11) no Centro Cultural Banco do Brasil o evento que
traz uma seleção de filmes representativos da nova fase do cinema autoral da
terra da chanceler Angela Merkel.
O termo
‘escola de Berlim’ não se refere propriamente a uma escola de cinema, mas a um
conceito estético que vem definindo o cinema da Alemanha dos últimos 20 anos.
Esse novíssimo cinema alemão será agora debatido na mostra que o CCBB realiza
em parceria com o Instituto Goethe. Além dos filmes, serão realizados debates –
e convidados como o diretor Henner Winkler e o curador Thomas Arslan passarão
por São Paulo, só depois indo ao Rio, onde o CCBB abrigará a mesma mostra a
partir do dia 27, já dentro do festival carioca. São 19 longas produzidos entre
1990 e 2013. Boa parte é completamente inédita no País, incluindoMarselha,
de Angela Schalenec, exibido na seção Un Certain Regard do Festival de Cannes,
e Ouro, de Thomas
Arslan, que participou da mostra competitiva do Festival de Berlim, em
fevereiro. Quem assistir a pelo menos cinco títulos do programa ganhará,
gratuitamente, o livro catálogo com textos inéditos.
Um dos
primeiros a perceber o fenômeno que seria conceituado como Escola de Berlim, o
crítico Georg Seesslen escreveu no jornal Die
Tageszeitum sobre o aparente
paradoxo – “Você vê algo que se vê diariamente e percebe, no mesmo instante,
que nunca viu antes.” Vale contextualizar – nos anos 1990, o cinema alemão era
dominado por comédias leves, coproduzidas pela TV privada. Contra isso se
insurgiu um grupo de jovens cineastas de Berlim. Christian Petzold e Thomas
Arslan, entre outros, mudaram o foco e passaram a fazer filmes que retratavam a
suposta banalidade do cotidiano. Só que trataram o banal num estilo
hiperrealista, no qual embutiram questões relevantes – existenciais,
filosóficas, políticas.
A Escola de
Berlim ampliou-se e hoje abriga autores de outras cidades, como Munique, sem
que fale, por isso, de uma Escola de Munique. O importante é que todos esses
filmes retratam uma Alemanha como você não costuma ver na tela. Seus diretores
possuem base teórica e Christian Petzold, Benjamin Heisenberg e Christoph
Hochhäusler editam duas vezes por ano uma revista sugestivamente chamada Revólver, com a qual disparam
textos irados contra o establishment sócio/econômico e as tendências estéticas
vigentes. E tudo começou nos anos 1970, quando o pioneiro Haroun Farocki fazia
seus filmes no meio operário. Foi o mestre de Petzold e até hoje é roteirista
de seus filmes. Uma das atrações da mostra, veja no quadro, é um filme dele.
ATRAÇÕES
‘Caminho do Bosque’
De Christoph Hochhäusler, parábola familiar sobre crianças abandonadas pela madrasta
‘Caminho do Bosque’
De Christoph Hochhäusler, parábola familiar sobre crianças abandonadas pela madrasta
‘Viver na RDA’
De Haroun Farocki, documentário sobre o fim do comunismo
De Haroun Farocki, documentário sobre o fim do comunismo
‘A Doença do
Sono’
De Ulrich Köhler, sobre a atração europeia pela África primitiva
De Ulrich Köhler, sobre a atração europeia pela África primitiva
‘Nas Sombras’
De Thomas Arslan, sobre ex-presidiário que tenta golpe
De Thomas Arslan, sobre ex-presidiário que tenta golpe
‘Yella’
De Christian Petzold, pelo qual Nina Hoss foi a melhor atriz em Berlim, 2007
De Christian Petzold, pelo qual Nina Hoss foi a melhor atriz em Berlim, 2007