quinta-feira, 8 de março de 2012

QUANDO O ALUNO SUPERA OS PROFESSORES: Uma reflexão sobre a clareza do escuro



"Ensinar não é predizer o fim do caminho, mas é fazer caminho, pois ensinar é movimento - é fluxo".(Joevan Caitano)


          A tendência do bom aluno é superar todos ou boa parte de seus mestres, pois alunos são como filhos, por isso, eles são extenções através da ampliação e agravamento de intensidades com a força afetiva da elasticidade dos braços e pernas dos seus professores (pais).
          O aluno movido por uma "terrível" obsessão de compreensão de realidade é um desbravador, pois aspira a revisão crítica para afundar radicalmente visando dizer a mesma coisa aprendida\apreendida, porém, de forma mais radical, isto é, mais profunda - na raíz. Ele problematiza através do uso de "perguntas problemas", pois este tipo de pergunta contém a clareza do escuro capaz de nos colocar em experiência abismal.
          Nas sinuosidades da jornada, o espírito visionário\investigativo é movido pela teimosia benévola, pois é preciso ser teimoso não abrindo mão do uso da meditação teimosa, pois a meditação teimosa, nos possibilita penetrar\afundar no sentido, estimulando-nos à revirar tudo para solapar aquilo que foi\está cristalizado, fossilizado, pois essa repetição renovada é que promove a retomada do sentido meditativo, pois meditação é entrega.
         O cineasta Visconti, sintetiza toda essa força revirativa a partir de uma frase contida no roteiro do filme "O Leopardo": "É preciso que as coisas mudem de lugar para que elas permaneçam onde estão". Para que esse remelexo seja concretizado, faz-se necessário o "ode ao desapego" para se apoderar do esticador de horizontes que possibilitará-o a ser radical, pois ser radical é re-afirmar tudo mais enraizadamente.


          "Retribui-se mal a um mestre, quando se permanece sempre discípulo"- dizia o sábio Nietzsche.



Joevan Caitano...

Um comentário:

  1. El Grego foi estudar pintura com Ticiano. Residiu em seu ateliê. Um dia, perguntou quando saberia que tinha aprendido, ao que Ticiano respondeu que ele saberia disso no dia em que criticasse uma obra do mestre. Um dia, El Greco se perguntou por que o quadro do mestre não havia sido pintado assim, e não assado. E descobriu que aprendera. E se foi.

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