terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

YERMA (1998). Diretor: Pilar Távora. (Cinema espanhol)

YermaYerma [DVD] [1999] [Region 1] [US Import] [NTSC]

É possível encontrar o DVD pelo site AMAZON.COM


Num ambiente rural,
Yerma é casada com João há dois anos e vinte dias. Não têm filhos, mas ela os deseja intensamente. Esse é seu drama e sua maior preocupação. É uma das raras casadas do vilarejo que não os têm. A tradição ali é esta: casar e ter filhos. Na casa, falam constantemente nisso. Tornou-se o problema do casal. Maria, a amiga, espera um bebê, para quem Yerma faz um enxoval. E Víctor, um ex-namorado, é uma presença incômoda: uma perda do passado e um presente proibido. Passa-se um ano. Yerma vai levar almoço ao marido que trabalha no campo, como fazem outras mulhesres. Encontra uma velha que teve 14 filhos, dos quais morreram 6. Falam de filhos e de casamentos com e sem amor. Encontra também duas raparigas, uma que deixou o filho em casa sozinho; outra que ainda não tem filhos, como Yerma. O diálogo gira em torno do papel das mulheres naquela sociedade. Entre confidências, Yerma revela que seu casamento com Juan resultou de uma imposição do pai; e sugere que só Victor lhe despertou sentimentos mais fortes, quando eram mais jovens Yerma encontra Víctor e fica mais evidente que ainda há um clima entre eles. Chega João que a manda para casa, dizendo que não volta para dormir em casa. Vai ficar vigiando a água, pouca nessa região, para não ser roubada. Dois anos mais tarde, lavadeiras conversam enquanto trabalham. Contam que João teve que parar de trabalhar um tempo pelas estranhas atitudes de Yerma, inclusive a de ficar sentada à soleira da porta, sem comer nem dormir. João teve que levar as irmãs, solteironas e carolas, para morar na casa dele. Deduzem que foi para vigiar a esposa e especulam se Yerma teria outro homem. Passam os rebanhos, menos o de Víctor. Passam mais cinco anos e nada de filhos. Chegada da noite. Yerma não está em casa. João interroga as irmãs. Yerma chega da fonte com cântaros de água. Ele não quer que ela saia. O povo fala. Aumentam os atritos entre o casal. Discutem sob o olhar das cunhadas. Ele sugere que ela crie um dos filhos do irmão dela. Ela não quer filhos dos outros. Yerma, num misto de tristeza e enveja, pega o filho de Maria no colo. Tem os olhos da mãe. Uma mocinha vem avisar que a mãe dela está à espera de Yerma. Víctor chega para se despedir. O pai dele quer que ele vá embora. Vendeu suas propriedades a João. Agora são de Yerma. Aludem a um tempo em que estiveram mais próximos.
 
Despendem-se. Ela fica com a sensação da mão dele na dela. A mocinha volta. Yerma sai com ela. As cunhadas a procuram. Dolores, a rezadeira, mãe da mocinha, ensina a Yerma rezas e simpatias para conseguir um filho, feitas no cemintério. Segura de que não ama mais o João e que ele não quer, de fato, filhos, pretende que o filho seja somente dela. À casa de Dolores chegam João e suas irmãs, que a acusam de ser muito diferente das demais, não ter a atitude de uma mulher honrada. Yerma protesta, mas ele a condena por traição e desonra e se proclama vítima; diz-se homem simples, do campo, incapaz de fazer frente às suas espertezas e aos seus ardis. Acusa-a com veemência. Ela tenta uma aproximação. Ele a afasta. Dramaticamente, ela amaldiçoa o próprio sangue. No Ritual da Fertilidade, romaria pagã e religiosa, tradicional na região, pessoas comentam com cinismo sobre mulheres que oram pedindo fertilidade. Yerma é uma dessas mulheres. Um casal mascarado executa uma dança pagã e sensual àmoda medieval, símbolo da fertilidade. Uma velha diz a Yerma que ela não é seca, não faz juz ao nome: erma, inóspita, árida. João e sua casta é quesão estéreis. Recomenda que busque ser feliz com outro homem que lhe dê o filho que ela tanto deseja. A velha diz ter um filho adulto. Oferece-o a Yerma que se enfurece e proclama sagrada a sua honra. João, que chega nesse momento, convence-se da fidelidade de Yerma. Apaixonadamente, ele lhe confessa estar contente por não ter filhos: toda a atenção dela será para ele. Tenta beijá-la. Ela percebe que ele somente quer satisfazer seu desejo nascido ali, agora. Deve ter bebido também como todos. Ele enfim exterioriza não querer filhos. Desesperada, sentindo-se como mero joguete, Yerma o estrangula e declara ter matado o filho, alusão à possibilidade de nunca mais ser mãe, pois o marido, única matriz possível, de acordo com seus valores internalizados, está morto.

Fonte: http://pt.shvoong.com/books/1653478-yerma/#ixzz1lkXYyekH

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